terça-feira, 4 de junho de 2013

O JOGO


O Jogo
Rejane Costa Barros

Não é preciso ir longe, em escaladas,
para te encontrar, assim, sublime,
amado meu, num vasto lago de ternura,
procurando um pretexto, uma jura
que nos caiba e nos rime.
Assim, soltos e puros,
nós dois, apenas, compomos o nosso time.
E o jogo é bom
as horas aquecidas
as palavras de fogo sussurradas...
Um pacto que perdura
o mesmo tom
nalguns instantes que parecem vidas
onde as mais rudes lonjuras
e as partidas
de novo viram lépidas chegadas.
Amado, meu amado,
a saudade te põe em cada dobra
da noite ou da manhã de solidão
e escuto o teu rumor quando me cobra
silêncio aflito e tempo de canção.
Quando estás para vir
premonitório escuto os teus sinais,
teu cheiro vem na brisa ou no banir
da transparência esguia dos cristais.
A noite me revela de vermelho
como convém ao vinho e às batalhas;
por onde ando, estás em cada porta, em cada espelho
abres teus braços e vigilante atalhas
meu ser em suas rotas triviais.
Mas eu gosto, amado,
destas manhãs
que nos semeiam a vida de ternura
e nem precisa que sejas um rei
nem eu uma rainha
para formar de dois a nossa grei
neste país repleto de façanhas.

1º Lugar no V Concurso Professora Edith Braga 
promovido pela AJEB – Associação de Jornalistas 
Escritoras do Brasil Coordenadoria do Ceará.



Um comentário:

  1. Parabéns a Rejane Costa Barros, pela classificação. Belo poema de amor para embelezar nosso blog.

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