sábado, 1 de outubro de 2011

*CHORA COCÓ



Chora, Cocó, Chora

Chora, Cocó, Chora!
Se é que ainda podes chorar,
Os dias ensolarados
Arrematados de luz
Onde tu, bronzeado e sereno
Passavas sorrindo
Indo ao encontro do mar.

Chora, Cocó, Chora!
Se é que ainda podes chorar,
As noites em que a lua
Tonifica tuas águas
Rendilhadas de luar.
E tu, prateada passavas
Indo ao encontro do mar.

Chora, Cocó, Chora!
Se é que ainda podes chorar,
Algazarras e brincadeiras
Da meninada a se banhar
Entre cardume de penas e carás,
Pássaros e cigarras a cantarolar.
E tu, prateada passavas
Indo ao encontro do mar.

Chora, Cocó, Chora!
Se é que ainda podes chorar.
Deixas vazar tua lágrima
Alaga em pranto o coração.
Depois, revolta-te!
Ressurge da manta d’àgua encardida
E vai, vai ao encontro do mar.

Quem respeita a natureza, respeita a si.
Quem ama a natureza, ama o Cocó.

Quem entra pelo estacionamento do Shopping Iguatemi, naquele espaço onde circos
São montados, temporariamente, não acredita no que vê. Está sendo construída ali uma
geleira que já cortou boa parte do terreno, avança pela pista, onde fica as cancelas para
entrada de veículos, indicando ser um serviço de drenagem que em breve, pelo adiantado
da obra, irá jogar diretamente no Rio Cocó todo tipo de dejeto, dado o tamanha da largura
do canal.
É legal o que estão fazendo?


Clara Leda

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