sexta-feira, 23 de setembro de 2011

*A FINITUDE DO HOMEM




A FINITUDE DO HOMEM

A morte é solitária... A gente nasce e morre sozinho... Não sei se estas assertivas se conjugam como verdade! De certa forma, sim, mas não na sua totalidade.
O ser humano passa a vida pensando que sua existência é infinita. Vive-se o presente, lembra-se do passado, mas para o futuro não se pensa na possibilidade da morte, pelo menos a curto ou médio prazo.

 Procura-se, então, não refletir sobre a finitude do homem. Não há tempo para se debruçar sobre a fugacidade da matéria, sobre os mistérios da existência.
A palavra “morte” tem carga muito pesada. Em seu bojo se esconde a perda, a tristeza, a dor, o sofrimento, enfim, tudo o que ninguém quer para si. O sentimento que a palavra imprime não traduz o que realmente almeja qualquer criatura. É mais cômodo não se pensar que se caminha na direção dela.

São Francisco a chamava “Irmã Morte”. Devia considerá-la com a mesma fraternidade que pregava: Irmão Sol / Irmã Lua, ou da mesma forma que falava com as aves e a própria natureza. Os seres humanos não são capazes de entender um gesto de tanta nobreza e espiritualidade! Somente uma pessoa especial, um santo, teria uma atitude tão simples para encará-la.

O Salmo diz: “O homem é semelhante ao sopro da brisa, seus dias são como a sombra que passa”. Passa-se a vida inteira lutando para se construir um amor, elos de amizade, bens, crescimento pessoal e profissional, viver bem, atingir metas, nunca imaginando que não se vai realizar. Porque não se dá conta que o tempo vai passando e, a cada dia, subtraindo a passagem pela terra.

Muitas vezes, no auge da caminhada, ela aparece, rondando, perscrutando como a querer  ceifar uma vida ainda plena e promissora.  É uma realidade que ninguém quer admitir. Por isso, quando alguma criança ou jovem partem mais cedo é difícil aceitar. Pois custa até se admitir que os idosos possam fazer sua viagem definitiva, uma vez que já palmilharam uma estrada longa.

A morte ainda é um Mistério para o homem. A dimensão desse mistério envolve uma gama de indagações, contradições, dúvidas que não se sabe como discernir à luz da razão. Somente através da fé, ou da força interior de uma crença, da espiritualidade inerente à pessoa humana, se pode tentar entender com certa dificuldade.

No entanto, tem-se que compreender que ninguém está neste mundo para semente, como se diz. Essa é uma viagem que todos vão fazer, só não se sabe qual é a “parada” em que o passageiro deverá descer.  Ele, com certeza, vai descer sozinho, embora esteja acompanhado de tantos outros passageiros.

Evan Bessa


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